sábado, 3 de janeiro de 2009

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3º Encontro
Português e Matemática
30/12/2008

Nossos encontros

3º Encontro ( Português e
Matemática)
1º Encontro na GRE ( Português)

Memória Viva (Laise Amorim)

Sou Laise. Filha de Antônio e Neuza. De origem rural. Nascida e criada em um lar evangélico. Tenho um casal de irmãos ( Lívio e Lídia) , sou a mais nova dos três.
Quando morávamos no sítio, meu pai construi em grupo escolar ( 1 sala de aula, 1 área para recreação, 2 sanitários( mas. e fem.) para que minha mãe pudesse dar aulas as crianças filhos dos lavradores da terra. A sala de aula possui 2 mesas enormes ( para minha pequenez) com bancos confortáveis , sem encosto. Um quadro negro, um filtro de barro, pequenos quadros feitos com figuaras de calenários nas paredes, uma mesa pequeno ( era o birô) uma cadeira também confortável( tipo gerdal). Ao redor do grupo havia uma roça de milho e feijão. Na frente, algumas margaridas, cajado de são José, beneditas,rosas.... A festa de São João era linda. Meu pai fazia um verdadeiro arraial. Todos nós nos divertíamos muuuito. A noite, meu pai que dava aulas aos lavradores e seus filhos mais velhos. Meus irmãos também eram alunos de minha mãe e eu os acompanhava à escola, não para estudar mas para ficar perto deles e da mãe também. Fica sentada perto dela o tempo todo.lembro-me que ela tratava seus alunos com amor,carinho respeito, firmeza e autoridade... carinhosa Falava baixo ( ainda fala) com firmeza e seguança. Numa usou a palmatória com seus alunos ( instrumento de castigo na época) seu olhar já era uma forma de admoestação.Quando minha irmã completou 8 anos,ela chamou meu pai e disse: - Não é mais possível continuarmos aqui os meninos precisam estudar, Lidinha já está repentindo a série pela segunda vez. Meu pai apegado à terra foi resistente, mas não adiantou. Minha mãe venceu. O grupo escolar continuou atendendo as crianças, só que a professora vinha da cidade. Fomos morar na cidade. Já instalados ,meus irmãos foram matriculados . Minha mãe foi cursar o magistério, pois era professora leiga até então.Ensinava à tarde e eu continuava acompanhando-a. Em casa, eu " brincava de escola" com as colegas da vizinhança. Riscava paredes e calçadas.Um dia meu pai de deu um quandro negro, foi uma alegria só. Penso que o acampanhamento as aulas da minha mãe e o presente do meu pai foram indícios na minha opção pelo magistério.Quando completei 6 anos fui matriculada numa escola pública próxima à nossa casa, minha primeira professora chamava-se Gemma Celeste ( era mesmo celestial minha professora). Foi ela quem me alfabetizou.Lembro-me que para cada letra do alfabeto, ela contava uma história, criava um gesto com as mãos para identificação da letra e o som vinha também de alguma parte da história. Tudo era inteligado. Quando ela nos ensinou a letra H, foi um sufoco pra mim, pois não conseguia fazê-la maiúscula ( manuscrita), fugi da escola... perdi-me no caminho... acabou a própria Gemma nos levando para casa ( numa esqueci esse fato).
Meu desejo pela leitura penso que se deu por ouvir tantas histórias. A começar pela frequencia a
Escola Biblica Dominical, lá ouvíamos muitas histórias biblicas. Na escola por Gemma Celeste.Em casa por meu pai que nos contava outras histórias ( de preferência em seu colo) era um momento mágico pra mim, pois ali eu também me sentia personagem das histórias. Eu nunca ouvia histórias repetidas. Meu pai era criativo.
Depois de alfabetizada, lia tudo.Desde receitas de culinária até revista " O Cruzeiro" ( eu nem se quer entendia o que estava lendo). Conheço todos os clássicos infantis, lia muito gibi também( ora comprado, ora emprestado), levava para casa livros da escola onde estudava ( tinha uma pequena biblioteca), minha mãe trazia da escola onde ensinava. Ah! Na Igreja também tinha uma biblioteca, livros para todas as idades. Nossa casa tinha sempre muitos livros, ainda é assim...
O tempo foi passando ... os acontecimentos foram mudando o mundo , as pessoas, as instituições. A escola hoje oferece uma variedade tremenda de leitura, para todas as séries e idades com o próposito enriquecer o discurso, a escrita, o vocabulário e também oferecer entretenimento. Porém, necessita realizar um trabalho mais efetivo de sensibilização aos pais, professores e alunos para que acessem com frequência a biblioteca escolar. Cabe também a escola criar hábitos de leitura , confirmado pelos pais em casa. Toda Comunidade escolar deve se empenhar ao máximo para que possamos ter alunos mais preparados para a vida, atrevés do conhecimento , da leitura, da experiências de outrem...
Abraços a todos.